As investigações indicam que as crianças cujos pais utilizam activamente estratégias parentais lúdicas têm laços significativamente fortes com os seus pais. Constata-se também que as crianças cujos pais se dedicam à parentalidade lúdica têm laços mais fortes com os seus pares.
Ao longo da minha prática clínica com crianças e famílias aplico ferramentas e estratégias que ajudam os pais a desenvolver hábitos lúdicos e trazer a brincadeira para as suas interacções diárias com os filhos. Os efeitos são profundamente positivos na qualidade da relação pais-filhos/as e tem apoiado significativamente o progresso das crianças na terapia.
Deixo aqui algumas estratégias que irão tornar o seu dia-a-dia mais fácil e que ajudarão você a promover nas suas crianças autonomia e saúde:
1 – Simplesmente um boberol (como dizia em tom de piada uma criança que acompanhei).
Pratique vozes “parvas”, caras “parvas” e movimentos “parvos” no dia-a-dia! Quanto mais você praticar, mais natural a inspiração irá tornar-se. Utilizar “tolices” (como dizia outra ciança em consultório) é uma maneira segura de distrair ou redirecionar seu filho quando ele está exibir um comportamento indesejável. Este tipode brincadeira convida o seu filho a juntar-se a si, a rir, a rir juntos e principalmente a estabelecer conexão – o que faz bem ao corpo e mente de ambos/as!
2 – As tarefas do dia-a-dia podem ser jogos divertidos.
Está na hora de arrumar o quarto? Traga a voz e a postura tolas e dramáticas e aja como um grande comentador de jogos. “Senhoras e senhores! Bem-vindos à corrida de limpeza! Estamos a acertar o relógio super-dee-duper durante 1 minuto! Quantos brinquedos podem ser guardados antes do sinal sonoro do relógio tocar? Aos seus lugares….. Prontos….. Agora (som a simular um sino)!”
No supermercado e a querer evitar o tédio? Convide o seu filho para brincar ao “Eu espião” enquanto você anda no supermercado. Ou transforme a lista da mercearia numa caça ao tesouro com fotografias (ou não) de todos os artigos que precisa de comprar e convide o seu filho para ajudar a encontrá-los enquanto anda pelos corredores.
Brincar é coisa séria!
3 – Reservar um tempo especial de brincadeira.
No meu consultório a metodologia que utilizo passa sempre por fornecer aos pais estratégias e ferramentas que os ajudem a estabelecer uma relação de qualidade com os seus filhos. Desta forma, irei fazer uma pequena adaptação de um exercício que você pode fazer em casa: você vai precisar de apenas 30 minutos e uma caixa especial com uma variedade de brinquedos e artigos de arte. Ajuste o temporizador por 30 minutos e durante este tempo permita ao seu filho гидра зеркало optar por brincar com os brinquedos e artigos de arte como ele desejar. Junte-se a ele mas deixe-o dirigir a brincadeira. Este é o tempo para a criança estar no comando e fazer escolhas – liderar a brincadeira. A única altura para estabelecer um limite é caso a segurança da criança esteja em causa ou quando os 30 minutos chegarem ao fim. Seguir a brincadeira do seu filho e acompanhar em voz alta, reflectindo aquilo que percebe sem correcção ou julgamento fará maravilhas para a sua relação!
4 – Salte ou atire uma bola.
Por mais simples que pareça, jogar a bola para a frente e para trás na entrada de casa, no jardim, na garagem ou na cozinha pode ser uma forma maravilhosa de se envolver e de se ligar ao seu filho. Gosto de ter à mão bolas de todos os tamanhos para as crianças com quem trabalho, pois esta é uma das formas preferidas para conectar-se com as crianças.
5 – Faça uma festa para cantar e dançar.
Aumente o som da música, cante e dance ao redor da sala. Este grande movimento corporal juntamente com a música é saudável para todos, em todos os sentidos. É uma óptima maneira de passar o tempo a brincar.
Como dizia um dos pais que eu acompanhei: “Todos os momentos são perfeitos para fazer parvoíces! E no fim do dia sinto-me mais relaxado e mais conectado com o meu filho sem deixar de cumprir as minhas obrigações.”
Quer melhorar a sua relação com as suas crianças mas não sabe como?
Fale comigo e estarei sempre do seu lado para ajudá-lo/a.